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CIX - CRÓNICAS DA CONDIÇÃO HUMANA
*Alfredo Bernardo Serra
GÉNESIS - A natureza do sexo, não a ideologia de género
É da condição humana nascer-se homem ou mulher. No livro ‘Génesis’- o primeiro livro da Bíblia- vocábulo grego que significa “origem”, “nascimento”, é-nos apresentada a narrativa da criação do homem e da mulher em linguagem poética e supraracionalidade humana, se quisermos admiti-lo, numa mensagem que remete a criação para acontecimento sobrenatural e torna o homem e a mulher criaturas de Deus:«Deus formou o homem do pó da terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopor da vida, e o homem transformou-se num ser vivo (Gn 2,7). (…) Da costela que tirara do homem, o Senhor Deus fez a mulher e conduziu-a até ao homem.22 Então, o homem exclamou: Estaé, realmente, osso dos meus ossos e carne da minha carne.23 À mulher, Adão deu o nome de Eva, que quer dizer mãe de todos os viventes, pois Eva é termo hebraico ligado à vida.» (Bíblia sagrada, difusora Bíblica, Franciscanos Capuchinhos, 5.ª ed.4.ª reimp.,fev2013).
Vivemos hoje tempos em que sopram como nunca ventos das montanhas e estepes do leste e vozeiros saídos das gargantas de habitantes fantasmagóricos das florestas negras do norte gélido que trazem propostas hediondas duma nova ordem familiar e social. Escudam-se estes agiotas da moral em valores como a liberdade individual, o direito ao amor e o valor da tolerância para justificarem, por exemplo, a externação homossexual, a aceitação social de “casamento?” entre duas pessoas do mesmo sexo e a adopção de criança por essas duas pessoas. Na verdade, toda a pessoa tem direito a ser feliz, assim Deus nos quere a todos, felizes, mas não ignorando as externalidades dos nossos actos e palavras. Como aceitar estas amorais e imorais condutas humanas de pessoas que só vêem o seu umbigo “homossexual”, ainda não cortaram o cordão umbilical no renascer pela 1ª infância ou não resolveram o complexo de édipo ou o de Electra?. Entretanto, uma minoria de pessoas organizadas em grupos de pressão fazem opinião, exercem bullying social e assaltam os media e lugares de decisão superior para se impôr uma determinada “cultura”, a sua visão das coisas, nomeadamente em matérias como ‘barrigas de aluguer’, ‘procriação humana laboratorial’- tipo ‘ovelha Dolley’ sem justificação conexa ad vitae ou a ‘ideologia de género’. Neste contexto, e convicto de que “promover a ética social por consenso é o mais humano dos procedimentos. E também o mais democrático.” (Ayllón, J. R., Desfiles de modelos-análise da conduta ética,Difel, 2012, p.232), transcrevo de Ayllón a citação de Frei Bartolomeu de las Casas: “Em assuntos que vão beneficiar ou prejudicar a todos, é preciso actuar de acordo com o sentimento geral.” E nesta matéria, é indispensável que a Igreja faça a necessária pedagogia da sexualidade humana e sobre a família conforme A Doutrina Social da Igreja fonteada nas cartas, encíclicas e exortações apostólicas (ex.: Humanae Vitae, Familiaris Consortio, Amoris Laetitia) com dimensão teológica e visão escatológica na garantia do presente bem percorrido pelas humanas criaturas de Deus, que lhes disse: «Crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra» (Gn 1, 28).
Na premissa de que “Deus os fez homem e mulher”, e que o processo natural procriador do ser humano resulta da fecundação consequente da fusão entre o espermatozóide do homem e o óvulo da mulher; e sendo cientificamente comprovado que «O sexo de um indivíduo é determinado por um par de cromossomas ‘sexuais’…designados X e Y. Se a criança recebe um cromossoma X de cada um dos progenitores, será feminina; se são recebidos um X e um Y, o resultado será masculino. Da mãe, a criança só pode receber cromossomas X; enquanto que o pai tanto pode passar um cromossoma X como um Y.” No entanto, sendo esta uma verdade insofismável, importa ter em conta a ocorrência de situações causadas na (de)formação genética por ‘gene recessivo’ transportado pelo cromossoma X. Os que defendem anormalidades na relação humana, talvez antes da verborreia devessem ler os estudos sobre o desenvolvimento genético e o comportamento humano à luz da psicologia genética e da psicossociologia, não deixando de passar pelos manuais de filosofia nos domínios da ética e da moral. A propósito e sobre esta discussão, tomemos por boas e oportunas a corajosa e eticamente assertiva opinião do prof. doutor Gentil Martins sobre os “filhos” do CR7, e as seguintes palavras de José Manuel Fernandes: "É tempo de afirmar, com toda a clareza, que uma coisa é o sexo com que nascemos, outra coisa bem diferente as preferências sexuais que mais tarde descobrimos." (Observador, 17/7 às 20:07, https://www.facebook.com/). Portanto, essa coisa da ideologia de género é não só uma idiotice mas um atentado aos costumes e à boa moral fundacionais da célula social que é a família e cujos pilares são o pai-homem e a mãe-mulher.
Ensina-nos a sabedoria empírica, e o conhecimento científico corrobora, que a figura do pai e a figura da mãe são fundamentais no desenvolvimento integral, harmonioso e equilibrado da criança, mesmo quando o ambiente familiar é marcado pelo conflito e tensões na relação, menos positivo e pouco sereno, na certa de que o pai é a âncora da criança e o coração da mãe é a sala de aula do filho.
Proença-a-Nova, 22 de Julho de 2017