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MISSÃO FAMÍLIA: F.E. – Formar e Educar na FÉ
Alfredo B. Serra
Aprestamo-nos a iniciar mais um ano litúrgico na Igreja de Cristo. Entretanto, começámos o novo ano catequético na invocação do Espírito Santo, com ânimo novo e vontades sinérgicas para a nova evangelização nos tempos que vivemos.
É sobejamente afirmado que vivemos tempos de crise(s): crise de valores, crise económica e financeira, crise social… E de crises se fala também na Igreja Católica desde há algumas décadas: crise de vocações religiosas consagradas, crise de vocações ao sacerdócio, crises no plano da família – casamento sem matrimónio, divórcio,… ; crise na dimensão catequética. Crise da humanidade e sua relação com Deus.
Na experiência da pastoral juvenil nos finais dos anos 70 e princípios de 80 do século XX, a minha geração foi confrontada com este desafio: «É preciso renascer! Palavra de ordem para a juventude e para a humanidade de hoje: “renascer pela Ressurreição de Cristo” que significou uma nova geração, cheia de esperança, como diz S. Pedro» (Barros de Oliveira, 1981).
É na resposta a este apelo cristão e na atitude geracional face à necessidade do renovamento que é fundamental valorizar a família e fazer a pastoral da família nas premissas tão propaladas pela igreja, nomeadamente reforçadas no Concílio Vaticano II e posteriores sínodos dos Bispos, que sintetizamos na exortação do Papa João Paulo II: «O futuro da humanidade passa pela família”» (in Familiaris Consortio, 1981). Nesta mesma linha, o olhar reflexivo do Sínodo dos Bispos de 2014 conclui: “A família tem para a Igreja uma importância muito especial e, quando todos os crentes são convidados a sair de si mesmos, é necessário que a família se redescubra como sujeito imprescindível par a evangelização. O pensamento vai para o testemunho missionário de tantas famílias” (Spadaro, 2014). Portanto, é indispensável que a família cristã assuma papel relevante na resposta à crise de vocações e desde logo se afirme em plenitude como Igreja doméstica. Neste sentido, S. João Paulo II (1981) diz-nos que: “a família cristã, de facto, é a primeira comunidade chamada a anunciar o Evangelho à pessoa humana em crescimento e a levá-la, através de uma catequese e educação progressiva, à plenitude da maturidade humana e cristã”. Este papel catequético da família deve ser realizado a dois tempos: na iniciação da fé pela educação cristã dentro de casa, pela oração e nos ensinamentos da doutrina da Igreja; na vivência da celebração litúrgica em comunidade de Igreja: participação da família na Santa Missa e demais assembleias de fiéis em oração.
Decorre daqui o valor do testemunho dos pais na vivência da fé para a educação cristã dos filhos. É tempo de os pais ganharem consciência de que não basta matricular os filhos na catequese. Também deles, pais, depende a eficácia da catequese, pelo exemplo na fé.
Proença-a-Nova,Outubro2017